Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Uma visita ao Monte Saint Michel, na Normandia


Bonjour, amigos!
Hoje acordei super cedo pois havia comprado um passeio ao Mont Saint Michel pela agência France Tourisme (33, Quais des Grands Augustins) para hoje e sairíamos às 7h15 da manhã lá da porta da agência que fica a uns 10 minutos a pé daqui do apartamento.

Saí de casa ainda era noite. Muito diferente ver Paris antes dela  acordar. Tudo fechado, pouca gente na rua, quase nenhum carro, só uns pobres mortais encasacados  indo para  trabalho (lembrei da época em que eu pegava no trabalho às 7h30 da manhã) e eu ali naquele vento da beira do Sena indo para a agência. Cheguei lá e ela estava fechada. Preocupei, mas sentei na mureta e fiquei esperando. Uns 5 minutos depois chegou um casal de japoneses, depois um outro de nacionalidade que não consegui identificar, depois mais um casal mexicano e por fim, uma senhora também mexicana. Às 7h10 a menina veio abrir a agência, conferir nossos bilhetes e dar o aval para o motorista. Entramos os 8 malucos numa van, às 7h20 da manhã, num frio danado, indo para um lugar ainda mais frio que era o Mont Saint Michel.
O motorista falava inglês e espanhol (pra variar, eu era a única do grupo que não falava inglês, mas apesar dos mexicanos falarem, eles se sentiram mais a vontade falando espanhol, o que fez eu não me sentir tão estranha no ninho). São mais de 3 horas até lá! Muito chão! Paramos num posto de gasolina para tomar um café e ir ao banheiro e depois, pé na estrada. Dormi, acordei, dormi de novo e ainda estávamos no caminho!
Finalmente depois de quase 4 horas de viagem, chegamos ao estacionamento que fica bem distante do Monte propriamente dito (antigamente os carros podiam chegar até bem perto, mas por causa do peso na ponte que dava acesso ao lugar, eles resolveram proibir os veículos de irem até lá). Dali andamos mais ou menos 1 quilômetro até um ônibus gratuito que nos deixa mais perto do monte. Ainda assim, andamos mais 1 quilômetro.  Finalmente, lá estava ele! 


O frio até que deu uma trégua e não estava tão absurdo como achei que poderia estar, só uma blusa de manga comprida de lã e um casaco deram conta . O motorista nos deixou no início da subida, nos deu o ingresso da Abadia, ao qual tínhamos direito ao comprar o passeio e foi embora. Disse que nos encontraria no carro às 16h. Eram 12h e teríamos bastante tempo para ver tudo, pois na verdade, não há muito o que ver, além da Abadia.



A história do Monte é a seguinte: Em 708, o bispo de Avranches, depois de um sonho, mandou construir um santuário para Saint Michel no topo do Monte. A partir daí, o lugar passou a ser um local importante de peregrinação e no século X os beneditinos foram para a abadia. Foi só então que se desenvolveu a aldeia no sopé do monte. Por conta de suas muralhas e também das marés que sobem numa velocidade incrível, o Monte era considerado um Forte quase impenetrável, tanto que durante um tempo, ele funcionou como prisão. Em 1979, tornou-se patrimônio mundial da Unesco.


O  lugar é bonito, não há dúvida, mas eu esperava um pouco mais, principalmente do seu entorno. Achava que existiam várias ruazinhas antes de se chegar ao topo, mas na verdade existe apenas uma rua onde se concentra o comércio da região, com restaurantes, lanchonetes e aquelas lojinhas de lembrancinhas do tipo “viu uma, viu todas”. O passeio é bonito e  cansativo (sobe, sobe e sobe!). Cheguei ao topo e fui visitar a Abadia chamada de “La merveille” (em francês, significa “a maravilha”), porém, eu esperava algo mais suntuoso, mais maravilhoso (acho que tenho que parar de ter expectativas sobre os lugares, talvez assim eu aproveite mais as visitas), mas de qualquer maneira, rendeu belas fotos. Pena que hoje não tinha maré alta, então só se via um grande pântano em volta do monte.



Estão fazendo uma grande obra no Monte, com a intenção de construir uma ponte mais alta e uns diques que consigam controlar a força das águas para que elas não destruam tudo.
Depois da Abadia, fui passear na única ruazinha do lugar, fui às lojinhas, especialmente a “Le mére Poulard” que é restaurante de um lado e loja do outro. Essa é a marca mais famosa daqui. Conta a lenda que a senhora Poulard abriu um restaurante para receber os peregrinos e servir a eles um omelete que era fonte de energia, fácil de fazer e podia ser feito a qualquer hora do dia ou da noite. Esse omelete ficou famoso e hoje em dia é a marca registrada do Monte. Eu acabei nem comendo, pois o achei caro e vi que ele era meio mole por dentro, então achei melhor comer um crepe mesmo. Mas comprei os caramelos de manteiga salgada que também são típicos da Normandia.



Tirei muitas fotos, encontrei dois casais de brasileiros pelo caminho com quem conversei um pouco, fui ao “Museu do mar e da Ecologia” que conta toda a história do Monte, da sua flora, sua fauna, da Mére Poulard e ainda tem uma exposição de diversas embarcações interessantes.




Na saída, reencontrei o casal de mexicanos que vieram comigo e fomos juntos até o estacionamento, o que foi ótimo, pois conversamos um pouco e treinei meu “portunhol”. Descobri que me comunico melhor em francês, embora entenda bem melhor o espanhol.  Mais 3 horas para voltar, já de noite, e como os radares não funcionam na estrada à noite, o motorista sentou o pé e mesmo com a parada no posto, fizemos em menos de 3 horas!
No geral, o passeio foi bom. Eu queria muito conhecer o Mont Saint Michel e foi um sonho realizado, mas estou com a sensação de não estar tão feliz com essa viagem como estive das outras vezes. Talvez tenha a ver como o clima, já que o frio traz em si uma certa melancolia.
A Bientôt! 

VIAGEM REALIZADA EM NOVEMBRO DE 2012
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